MAS vê "portas abertas" para uma frente de esquerda

Uma delegação do reém-criado partido Movimento Alternativa Socialista (MAS), que nasceu de dissidentes do Bloco de Esquerda (BE), viu hoje "portas abertas" para uma frente de esquerda, após reunião com os responsáveis do Partido Comunista Português (PCP).
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"Fomos recebidos já pelo BE. Estamos animados por esta abertura recente. Estamos também satisfeitos com a reunião que acabamos de ter com o PCP. Não quer dizer que vá já haver essa aliança, mas são portas que estão abertas para construir uma alternativa de poder", disse Gil Garcia, na sede comunista, em Lisboa.

O membro do MAS mostrou-se "simpatizante da ideia de uma coligação, uma frente de esquerda pré-eleitoral, para construir um Governo alternativo", mas admitiu que, para já, esse acordo foi declinado pelos comunistas.

"Nós acreditamos no desenvolvimento da luta de massas, que criará as condições, mais cedo ou mais tarde, para constituir essa alternativa política", concordou Jorge Pires, membro da Comissão Política do PCP, adiantando estarem criadas condições para a "convergência na ação", mas sem qualquer entendimento pré-eleitoral, em virtude da recente decisão do Congresso comunista em sentido oposto.

Gil Garcia considerou "crucial interromper esta política de destruição dos postos de trabalho e do nível de vida da população" e "sair deste 'vira-o-disco-e toca-o-mesmo', entre governos PS e PSD/CDS-PP" - um "ciclo tortuoso", classificou.

"É muito difícil avançar com o PS, aí há um acordo tácito com o PCP. Não porque tenhamos alguma fobia. Simpatizamos muito com os socialistas que resistem aos planos de austeridade. Agora, com a direção do PS, incluindo a atual, achamos difícil haver uma convergência", concluiu o responsável do MAS.

O MAS - cujo símbolo é um cravo vermelho estilizado - surgiu no Bloco de Esquerda no seio da tendência Ruptura/FER cujos membros abandonaram o partido na sequência de divergências com a direção após os resultados das eleições legislativas de 5 de junho de 2011, nas quais o Bloco perdeu metade dos 16 deputados que tinha eleito nas anteriores.

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